terça-feira, 16 de agosto de 2011
Diante dos pedidos, segue entrevista na íntegra:
Delrian Scarabelot: Sempre fui “pé vermelho” desde criança, só que ainda não sabia
No espaço da coluna de hoje, aproveito para veicular uma entrevista concedida com exclusividade ao Jornal do Sul pelo vereador Delrian Scarabelot, que recentemente assumiu uma das cadeiras do parlamento turvense, uma vez que é suplente do PP. Ele está de malas prontas para mudar de casa, indo direto para o PMDB.
Jornal do Sul - Delrian Scarabelot começou sua carreira política no PP. Como foi essa trajetória?
Delrian Scarabelot - Acompanho a política de Turvo desde muito cedo. Quando tinha 8 ou 9 anos assistia aos programas eleitorais sendo gravados na casa do meu pai. Isso me estimulou muito a um dia entrar na vida pública. Mais nunca me preparei, nem estipulei uma data para isso. Minha candidatura em 2004 aconteceu naturalmente. Me filiei aos 17 anos, e até ser eleito não tinha qualquer cargo de importância no partido, era apenas membro da executiva municipal da juventude. No ano seguinte da minha eleição de vereador fui eleito delegado do partido por dois mandatos consecutivos, assumi ainda a presidência da juventude, e em 2007, aos 27 anos, já era presidente municipal do partido e fazia parte da executiva estadual no cargo de tesoureiro.
Jornal do Sul - Que peso teve a família nessa carreira?
Delrian Scarabelot – Minhas decisões políticas sempre foram tomadas em conjunto com meu pai. As primeiras conversas no início não foram muito favoráveis, mais depois em comum acordo, meu pai e meu irmão tornaram-se meus maiores cabos eleitorais. Hoje, tenho apoio irrestrito não só deles, como também da minha esposa.
Jornal do Sul - Desde sua eleição em 2004, como um dos vereadores mais votados, até o pleito de 2008, como foi sua relação com as principais lideranças do partido?
Delrian Scarabelot - Sempre tive uma relação muito estreita e próxima com os maiores líderes do partido, tanto que a maioria deles me via como um grande expoente para a sigla.
Jornal do Sul - E com a administração de José Brina Tramontin?
Delrian Scarabelot - Minha relação com o exprefeito foi bastante conturbada, desde o momento em que a antiga administração começou a não honrar seus compromissos com a população. Passei a ser um vereador independente desde o nono mês de mandato. Votava de acordo com os interesses do povo, sempre fui escudo para nossa gente, jamais me escondi atrás de ninguém.
Jornal do Sul - Seu posicionamento no mandato, em algumas oportunidades, contra ações do prefeito Brina, pesaram para sua não eleição em 2008?
Delrian Scarabelot - Não tenho dúvida disso. Mais não me arrependo em nenhum ponto. Perdi a eleição mais ando na rua de cabeça erguida e com a certeza de que fiz o que era certo. Não fui vereador mandado por ninguém. Tenho opinião e pensamentos próprios. Sou filho de Turvo, sou a quarta geração da Família Scarabelot nessa terra que tanto amo, e se depender de mim aqui criarei meus filhos, netos e todas gerações que ainda estão por vir. E ainda direi a todos eles que fui sem a menor sombra de dúvida um político sério e sem medo.
Jornal do Sul - Depois de sua última eleição, como tem se portado politicamente?
Delrian Scarabelot - Depois do pleito de 2008 continuei honrando minha palavra. Disse a s pessoas mais próximas a mim e a aminha família que tão logo passasse a eleição estaria junto com prefeito Ronaldo Carlessi e o PMDB. E assim o fiz. Estive com ele na Cersul, porque é um homem honesto e honrado. E lhe disse um dia pessoalmente que ganhando ou perdendo a eleição eu estaria com ele no PMDB. Logo depois ele me procurou fazendo o convite, e eu prontamente aceitei honrando minha palavra.
Jornal do Sul - - Diante do seu aparente descontentamento com o PP de Turvo, outros partidos lhe procuraram? Quais?
Delrian Scarabelot - Fiquei muito feliz, porque depois das minhas declarações públicas de que estaria saindo do PP, várias outras siglas me procuraram. O PPS me procurou através do Deputado Altair Guidi. O PT também me procurou em minha casa com o Deputado Boeira, o Vice Prefeito de Araranguá Sandro Maciel e o exprefeito de Sombrio Polaco. O DEM, na época, também visitou minha casa com o hoje Deputado Nei Ascari e Agenor Biava. O PSDB me procurou através de dois membros da sua executiva municipal. Recentemente recebi o contato do exprefeito de Criciúma Anderlei Antonelli, me convidando para o PSD. Mas disse que estaria no PMBD desde o início, e assim continuo sempre com muita coragem, honrando sempre meus compromissos.
Jornal do Sul - Qual sigla teve a melhor proposta à ponto de lhe fazer trocar de sigla?
Delrian Scarabelot - Considero que a política não é uma profissão. E para entrarmos nela temos que fazer certos sacrifícios. A melhor proposta foi a do PPS. Mais eu estaria pensando só em mim e não na minha gente e na minha terra. Mais o melhor convite quem me fez foi meu presidente Tiago Zilli, me dizendo que com o PMDB eu estaria sempre do lado de Turvo, sempre do lado do trabalho, procurando fazer o melhor para nossas crianças, nossos jovens e pra toda população em geral, seja no interior ou na praça. O PMDB é o partido que faz bem pra Turvo, e esse sim é o meu pensamento. Tenho um sincronismo perfeito com o PMDB e quero ajudar cada vez mais.
Jornal do Sul - Saindo do PP e se dirigindo ao PMDB você não teme alguma ação do seu expartido na direção de pedir na justiça a cassação de sua suplência na Câmara?
Delrian Scarabelot - Acredito que não. Estou respeitando todos os prazos da lei para a mudança de partido. Aguardo a hora exata para a mudança de sigla, sempre respeitando a lei.
Jornal do Sul - Mudar do PP para o PMDB não é um ajuste de rota um tanto quanto radical?
Delrian Scarabelot - Como falei no início da entrevista, eu era PP porque assim aprendi quando era pequeno. Quando você é pequeno e lhe dão uma camisa de um time de futebol, você passa a torcer por aquele time porque foi o primeiro que conheceu. O time a gente não muda. Mas felizmente na política isso é possível. Estive na Câmara por quatro anos e pude ver que realmente quem queria o bem da nossa cidade era o PMDB. Inúmeras vezes eu era o sexto voto contra o Prefeito mesmo sendo do partido dele. Pelo meu estilo, sempre fui “pé vermelho” desde criança, só que ainda não sabia. Quando comecei a conviver politicamente com pessoas do PMDB pude ver e realmente decidir e escolher o caminho certo.
Jornal do Sul - Sua família, amigos e eleitores, apoiam esse novo rumo?
Delrian Scarabelot – Apoiam e muito. Tenho apoio total da família. Não venho sozinho. Trago muita gente comigo. Acredito que na última eleição fiz mais votos para vereador dentro do PMDB do que no PP. Tive oportunidade de entrar de frente na campanha para governo do Estado, e os deputados que apoiamos ficaram entre os mais votados em Turvo. Ainda tenho muito o que mostrar, e vontade tenho de sobra.
Jornal do Sul - Dentro do PMDB, você conta com o apoio de quem?
Delrian Scarabelot - O PMDB me recebeu de braços abertos. Não existiu restrição ao meu nome e do meu pai. Tive o convite do prefeito Ronaldo Carlessi, do presidente do partido Tiago Zilli e de várias outras grandes lideranças. Inclusive de vários vereadores e exveradores do partido.
Jornal do Sul - Delrian no PMDB é significado de candidatura certa para a Câmara de Vereadores pelo novo partido já em 2012?
Delrian Scarabelot - Vim para somar. Pra ser mais um nesse imenso mar vermelho. Se no PP eu era comandante, pois quando sai era presidente, aqui venho pra ser mais um soldado. Ainda tenho muita lenha pra queimar, sou jovem e muito disposto a ajudar nosso município. Meu pensamento é de ajudar sempre. Meu nome está a disposição do prefeito Ronaldo e do presidente Tiago. Se eles acharem que meu nome deve ser escalado na nominata de concorrentes a Câmara, eu aceito. Se acharem que não, também aceito. Vim para ajudar a administração, a cidade e o partido.
Jornal do Sul - Além da nova sigla, algo mais muda no político Delrian Scarabelot?
Delrian Scarabelot - Cada ano que se passa a gente vai mudando, vai aprendendo. Experiência é o nome que damos as surras que levamos. Mais meu legado na política de Turvo é a coragem, e a vontade de trabalhar e ser útil sempre que for acionado. Qualquer outra pessoa teria aceito outros convites e teria virado as costas para a nossa gente. Já tenho história política de gente grande apesar de bastante jovem para o meio. Fui o vereador mais votado da história daquele partido, sou o vereador mais votado da história do Centro, e o mais jovem eleito até hoje na cidade. Tenho história e currículo político. Se quisesse já poderia ter me retirado. Já tenho meu nome na história. Mais minha família deve muito a Turvo. Tudo o que temos está aqui. Mais ainda sei que posso ajudar muito. Agora muito mais experiente e no partido certo, tenho total convicção que podemos fazer ainda muito mais por nossa terra.
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